A Influência da Instituição Formal no Processo de Internacionalização das MPMEs em uma Economia Emergente

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18568/internext.v16i1.592

Palavras-chave:

Instituição formal, Visão baseada na instituição, Programa de promoção à exportação, Internacionalização

Resumo

Objetivo: O objetivo desse artigo consiste em analisar como a instituição formal influencia no processo de internacionalização das MPMEs de uma economia emergente, sob a perspectiva teórica da visão baseada em instituição.

Método: Foi realizado estudos de casos múltiplos, contemplando um corpus de 9 entrevistas realizadas de forma semiestruturada, com representantes da instituição formal em análise e MPMEs do setor têxtil e de confecção do Agreste Pernambucano.

Principais Resultados: Foi identificado uma influência significativa da instituição formal para a internacionalização das MPMEs do Setor T&C, especialmente na desmistificação dos mitos da exportação, informações sobre os procedimentos para internacionalizar, promoção e apoio em feiras, ajustes em processos, produtos e gestão. Contudo há também influências negativas como a incipiente atenção a temática de comércio exterior, divulgação do programa com interesses políticos, poucos resultados práticos de exportação, burocracia do Estado e volatilidade cambial.

Relevância: O enfoque no papel das instituições do país de origem, especialmente, em economias emergentes, na internacionalização de empresas, é um tema emergente, portanto, esse artigo pode colaborar para a permanência da relevância local e global do tema

Contribuições Teóricas/ Metodológicas: Utiliza a perspectiva teórica da visão baseada em instituição para compreender as interações entre instituição e internacionalização, contemplando um ambiente institucional distinto, trazendo novas perspectivas para análise.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ane Izabelle Bezerra de Arruda, Universidade Federal de Pernambuco

Mestre em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração (PROPAD-UFPE) vinculado ao Departamento de Ciências Administrativas (DCA), realizando pesquisas na linha de Gestão Organizacional.

Viviane Santos Salazar, Universidade Federal de Pernambuco

Professora Adjunto III do Departamento de Hotelaria e Turismo da Universidade Federal de Pernambuco. É bacharel em Hotelaria pela Universidade Federal de Pernambuco (2000), e em Administração de Empresas pela Universidade de Pernambuco (2003). Mestre e Doutora em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco. Tem como áreas de interesse de pesquisa Estratégia Empresarial, Marketing de Serviços e Comportamento do Consumidor com foco em empresas de hospitalidade.

Referências

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BERTHOD, O. (2016). Institutional theory of organizations. In A. Farazmand (Ed.), Global Encyclopedia of Public Administration, Public Policy, and Governance. Springer International Publishing. https://doi.org/10.1007/978-3-319-31816-5

BEYER H; FENING. F. The impact of formal institutions on global strategy in developed vs. emerging economies. Int J Bus Soc 3(15):30–36, 2012.

BORINI, F. M.; RIBEIRO, F. C. ; COELHO, F. P. ; PROENÇA, E. R. . O Prisma da Internacionalização: Um Estudo de Caso. Faces (FACE/FUMEC), v. 5, p. 42-55, 2006.

CAO, M. Y. International Expansion of Emerging Market Multinationals: An Integrated Perspective. International Conference on Innovation and Information Management (ICIIM), 2012.

CARNEIRO, J. M. T.; BAMIATZI, V. ; CAVUSGIL, S. T. Organizational slack as an enabler of internationalization: The case of large Brazilian firms. International Business Review , v. 27, p. 1057-1064, 2018.

CARVALHO, C.; VIEIRA M. Contribuições da perspectiva institucional para análise das organizações: possibilidades teóricas, empíricas e de aplicação. In: CARVALHO, C.; VIEIRA M. Organizações, cultura e desenvolvimento local. Recife: Edufepe, 2003.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNI. O setor têxtil e de confecção e os desafios da sustentabilidade. Confederação Nacional da Indústria - Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção – Brasília: CNI, 2017.

COSTA, L. F. L. G.; ANEZ, M. E. M. ; MOL, A. L. R. ; DAMASCENO, T. S. A. Escolas teóricas do processo de internacionalização: uma visão epistemológica. CADERNOS EBAPE.BR (FGV), v. 15, p. 960-973, 2017.

Influences of the home country on a firm’s global strategy. Global Strategy Journal, 1: 382-386, 2011.

CUERVO-CAZURRA, A. Extending theory by analyzing developing country multinational companies: Solving the Goldilocks debate. Global Strategy Journal, 167, 153–167. 2012. doi:10.1111/j.2042-5805.2012.01039.x

DIAS, A. L. Reflexões e ações para a internacionalização da pequena empresa brasileira. Dissertação de Mestrado – Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção – UFSC, 2002.

DIEESE. Diagnóstico do setor têxtil e de confecções de Caruaru e Região. Relatório de Pesquisa. Acesso em: Abril/2019.

DIMAGGIO, P.; POWELL, W. The iron cage revisited: institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American sociological review, v. 48, p. 147-160, 1983.

ELG, U., GHAURI, P.N., TARNOVSKAYA, V. (2008). The role of networks and matching in Market entry to emerging retail markets. International Marketing Review, 25(6), 674-699.

GENÇTÜRK, E. F.; KOTABE, M. The Effect of Export Assistance Program Usage on Export Performance: A Contingency Explanation. Journal of International Marketing, v. 9, n. 2, 2001.

GUBA, E. G., & Lincoln, Y. S. (2005). Paradigmatic Controversies, Contradictions, and Emerging Confluences. In N. K. Denzin & Y. S. Lincoln (Eds.), The Sage handbook of qualitative research (pp. 191-215). Thousand Oaks, CA, : Sage Publications Ltd.

GUIMARÃES, Sônia M. K.; AZAMBUJA, L. R. Internacionalização de Micro, Pequenas e Médias Empresas inovadoras no Brasil: Desafios do novo paradigma de Desenvolvimento. REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS SOCIAIS (ONLINE), v. 33, p. 1-19, 2018.

KONIG, C. C. Avaliação do papel das agências de promoção de exportação e investimento nos fluxos de negócios entre países. São Paulo: USP, 2016. 209 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.

LAWRENCE, T. B ve Shadnam, M. (2008) Institutional Theory, in W. Donsbach (der.), The International Encyclopedia of Communication, Oxford, UK, and Malden, Blackwell Publishing, MA, 2288- 2293.

MARANO, V., ARREGLE, J. L., HITT, M. A., SPADAFORA, E; VAN ESSEN, M. 2016. Home country institutions and the internationalization-performance relationship: A meta-analytic review. Journal of Management, 42(5): 1075–1110.

MDIC- Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Comex Stat. Exportação e Importação em geral. Disponível em: < http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral >. Acesso em: Maio/2019.

MEYER, J. W.; ROWAN, B. Institutionalized organizations: formal structure as myth and ceremony. American Journal of Sociology, v. 83, p. 340-363, 1977.

MONTICELLI, J. M.; F; CALIXTO, C. V; DE VASCONCELLOS, S. L; GARRIDO, I. L. A influência de instituições formais na internacionalização das empresas em um país emergente. RBGN-Revista Brasileira de Gestão de Negócios, São Paulo, v. 19, n. 65, p. 358-374, 2017.

MORAES, S. G; STREHLAU, V. I; TUROLLA, F.A. Produção acadêmica de autores brasileiros sobre Internacionalização: Balanço das Publicações no Brasil no Séc. XXI. Revista Eletrônica de Negócios Internacionais da ESPM. São Paulo, v.10, n. 2, p. 82-96, 2015.

NGO, V. D; JANSSEN, F; LEONIDOU, L. C; CHRISTODOULIDES, P. Domestic Institutional attributes as drivers of export performance in an emerging and transition economy. Journal of Business Research, 69(8), 2911–2922, 2016.

NORTH, D. Institutions, Institutional Change, and Economic Performance. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1990.

PAIVA Jr., F. G., Leão, A. L. M. S., & Mello, S. C. B. (2007). Validade e confiabilidade na pesquisa qualitativa em Administração. Anais do Encontro de Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade, Recife, PE, Brasil.

PENG, M. W.; WANG, D.; JIANG, Y. An institution-based view of international business strategy: A focus on emerging economies. Journal of International Business Studies, v.39, n.5, p.920–936, 2008.

PENG, M. W. Towards an institution-based view of business strategy. Asia Pacific Journal of Management, 19(2/3), 251–267, 2002.

PENG M. W; SUN, S. L; PINKHAM B. , CHEN, H. The institution-based view as a third leg for a strategy tripod. Academy of Management Perspectives, 23(4): 63–81, 2009.

PIEKKARI, R., WELCH, C., PAAVILAINEN, E. (2009). The case study as disciplinary convention: evidence from international business journals. Organizational Research Methods, 12(3), 567-589.

PRAHALAD CK, Mashelkar RA. 2010. Innovation’sholygrail. Harvard Business Review 88 (7/8): 132–141.

PROZCZINSKI, D; STEINBRUCH, A. M. Os obstáculos à internacionalização de empresas inovadoras e o papel dos ambientes de inovação no Brasil. Belém, XXIV Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, 2014.

RECKLIES, Dagmar. SMEs – Size as a chance or a Handicap? The manager.org, Mar., 2001 a. Disponível na internet: http://www.themanager.org/Resources/Small20Business.htm.

SCOTT, W. R. Institutional theory: Contributing to a theoretical research program, 2005.

SEBRAE. Internacionalização das micro e pequenas empresas. Sebrae nacional, 2015. Disponível em: < https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/internacionalizacao-das-micro-e-pequenas-empresas,8f5836627a963410VgnVCM1000003b74010aRCRD >. Acessado em: Abril/2019.

SEBRAE. Estudo econômico do arranjo produtivo local de confecções do Agreste Pernambucano, 2012. Relatório final. Serviço de apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Pernambuco Sebrae/Pernambuco. Recife – PE, 2013.

SILVA, M. A. Comércio exterior e inovação industrial: o caso do Agreste de Pernambuco. In: I Encontro em Economia e Desenvolvimento do Agreste de Pernambuco, 2011, Caruaru. Anais do I ENEDAP. Recife: UFPE - CAA, 2011. v. 1.

SILVA, C. R.; GOBBI, B. C.; SIMÃO, A. A. O uso da análise de conteúdo como uma ferramenta para a pesquisa qualitativa: descrição e aplicação do método. Organizações Rurais & Agroindustriais, v. 7, n. 1, p. 70-81, 2005.

SPERS, R. G; WRIGHT, J. T. C. PMEs Estrangeiras no Brasil: Um estudo sobre os motivos para internacionalizar, formas de entrada e os desafios. In: XI SEMEAD Seminários em Administração, 2008, São Paulo. Anais do XI SEMEAD. Seminários em Administração, 2008.

TRIVIÑOS, A. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

WRIGHT, M; FILATOTCHEV, I; HOSKISSON, R; PENG, M. Strategy research in emerging economies: challenging the conventional wisdom. Journal of Management Studies, 42(1), 1-33, 2005. doi: 10.1111/j.1467-6486.2005.00487.x

XU, D; MEYER, K. Linking theory and context: ‘Strategy research in emerging economies’ after Wright et al. (2005). Journal of Management Studies, in press, 2013.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 4. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2010.

Downloads

Publicado

2021-01-01

Como Citar

de Arruda, A. I. B., & Salazar, V. S. (2021). A Influência da Instituição Formal no Processo de Internacionalização das MPMEs em uma Economia Emergente. Internext, 16(1), 36–55. https://doi.org/10.18568/internext.v16i1.592

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)