INTERNACIONALIZAÇÃO DE MULTINACIONAIS DE MERCADOS EMERGENTES: UMA CONVERSA ENTRE O MODELO DE UPPSALA E A PERSPECTIVA DO TRAMPOLIM
DOI:
https://doi.org/10.18568/internext.v19i1.716Palavras-chave:
Emerging Market Multinationals, internationalization, International Business, Emerging Economies, PsychicResumo
Objetivo: O presente estudo foca no processo de internacionalização de uma importante multinacional oriunda de um país emergente, visando compreender como tais empresas conseguem alcançar posições de relevância na economia global. Ao procurar compreender a sua estratégia e o processo de internacionalização, abordamos o debate sobre se as teorias comportamentais tradicionais de negócios internacionais são adequadas para explicar os processos de internacionalização de tais empresas.
Método: Foi realizado um estudo de caso aprofundado com o quarto maior player global da indústria da beleza, Natura &Co. O método de estudo de caso foi escolhido tendo em vista que era necessária uma coleta de dados aprofundada, envolvendo múltiplas fontes de informação, para investigar o fenômeno. Dados primários e secundários foram coletados, analisados e triangulados.
Principais Resultados: O caso ilustra como algumas multinacionais oriundas de países emergentes estão aplicando com sucesso conceitos descritos por teorias tradicionais paralelamente a conceitos novos de economias emergentes, utilizando uma estratégia unificada. O caso enriquece a literatura ao retratar a perspectiva do trampolim como complementar/compatível ao modelo de Uppsala, de modo que ambas as teorias possam dialogar e ser ampliadas. Além disso, o presente trabalho traz para a discussão o construto da distância psíquica organizacional e como ela pode impactar as escolhas de internacionalização.
Relevância / Originalidade: O estudo ilustra um caso empírico da América Latina, uma região pouco explorada academicamente. Além disso, o caso explica como uma empresa brasileira conseguiu competir globalmente e tornar-se um dos maiores players globais da indústria da beleza.
Contribuições Teóricas / Metodológicas: O caso discute, pela primeira vez, a construção da distância psíquica organizacional e o seu impacto nas escolhas de internacionalização. Também desafia os limites das teorias existentes e enriquece a literatura ao retratar a perspectiva trampolim como complementar ao modelo de Uppsala, para que ambas as teorias possam dialogar e ser ampliadas.
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