Criação de Inovação Local por Subsidiárias Estrangeiras a partir de Vantagens Específicas do Ambiente Subnacional
DOI:
https://doi.org/10.18568/internext.v16i1.600Palavras-chave:
Subsidiárias estrangeiras, Ambiente subnacional, Inovação local, Regressão linear múltiplaResumo
Objetivo - O estudo objetiva examinar os efeitos dos fatores do ambiente subnacional brasileiro – a eficiência do ambiente competitivo subnacional e o embeddedness relacional em cada localidade subnacional - na criação de inovação local em subsidiárias estrangeiras.
Método – A abordagem é quantitativa e a pesquisa baseia-se em dados primários coletados por meio de uma survey com 152 subsidiárias estrangeiras localizadas em treze Estados do Brasil e em dados secundários do World Bank Enterprise Surveys. Os dados são analisados por regressão linear múltipla.
Principais resultados - Os resultados mostram que existe uma associação positiva e significante entre o ambiente competitivo subnacional e inovação local das subsidiárias. Entretanto, não é observada uma associação significativa entre o embeddedness externo subnacional e a inovação local. Além disso, os resultados mostram que as empresas que entram por meio de aquisições estão mais associadas à inovação local.
Relevância/Originalidade - O estudo procura complementar o debate sobre o efeito do ambiente subnacional na inovação local das subsidiárias tendo como contexto o Brasil. A análise em nível subnacional considera a heterogeneidade institucional subnacional e revela variações que poderiam ser desconsideradas por uma análise de nível nacional.
Contribuições teóricas/metodológicas: Embora existam indícios do impacto do ambiente institucional na estratégia e inovação, este estudo no âmbito brasileiro avança em dois pontos. Primeiro, os estudos existentes analisam mercados desenvolvidos e mercados emergentes, porém esses últimos de forma pontual e numa realidade asiática, que apresenta uma considerável diferença do mercado latino americano e brasileiro, destacando-se as peculiaridades do ambiente subnacional brasileiro. Segundo, contribui para os estudos de Geografia Econômica reforçando que cada ambiente subnacional tem suas particularidades, conforme demonstrado na natureza das questões subnacionais no Brasil.
Contribuições sociais / para a gestão: Em termos gerenciais, o estudo chama a atenção para a importância do conhecimento da dinâmica competitiva subnacional quanto à participação da economia informal e estende implicações para políticas públicas.
Downloads
Biografia do Autor
Cristina Doritta Rodrigues, Escola Superior de Propaganda e Marketing - ESPM
Doutoranda no Programa de Pós Graduação em Administração pela Escola Superior de Propaganda e Marketing - PPGA/ESPM, (Bolsista CAPES Integral).
Felipe Mendes Borini, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo -FEA/USP.
Muhammad Mustafa Raziq, National University of Sciences and Technology, H-12, Islamabad, Pakistan.
Manuel Portugal Ferreira, Departamento de Administração e Economia, Universidade Federal de Lavras - UFLA. Escola Superior de Tecnologia e Gestão, Polytechnic Institute of Leiria, Portugal.
Referências
Andersson, U., & Forsgren, M. (1996). Subsidiary embeddedness and control in the multinational corporation. International Business Review, 5(5), 487-508.
Andersson, U., Björkman, I., & Forsgren, M. (2005). Managing subsidiary knowledge creation: The effect of control mechanisms on subsidiary local embeddedness. International Business Review, 14(5), 521-538.
Andersson, U., Dellestrand, H., & Pedersen, T. (2014). The contribution of local environments to competence creation in multinational enterprises. Long Range Planning, 47(1-2), 87-99.
Andersson, U., Forsgren, M., & Holm, U. (2001). Subsidiary embeddedness and competence development in MNEs a multi-level analysis. Organization Studies, 22(6), 1013-1034.
Andersson, U., Forsgren, M., & Holm, U. (2002). The strategic impact of external networks: subsidiary performance and competence development in the multinational corporation. Strategic Management Journal, 23(11), 979-996.
Andersson, U., Forsgren, M., & Holm, U. (2007). Balancing subsidiary influence in the federative MNE: a business network view. Journal of International Business Studies, 38(5), 802-818.
Batschauer da Cruz, C.B., Eliete Floriani, D., & Amal, M. (2020). The OLI Paradigm as a comprehensive model of FDI determinants: a sub-national approach. International Journal of Emerging Markets, Vol. ahead-of-print No. ahead-of-print.
Beleska-Spasova, E., Loykulnanta, S., & Nguyen, Q. T. (2016). Firm-specific, national and regional competitive advantages: The case of emerging market MNEs—Thailand. Asian Business & Management, 15(4), 264-291.
Beugelsdijk, S., & Mudambi, R. (2013). MNEs as border-crossing multi-location enterprises: The role of discontinuities in geographic space. Journal of International Business Studies, 44(5), 413.
Bi, Y., Ren, Z., & Bao, K. (2020). Does distance matter in foreign direct investment sub-national location choice? Evidence from China. Frontiers of Business Research in China, 14, 1-19.
Birkinshaw, J., & Hood, N. (1998). Multinational subsidiary evolution: Capability and charter change in foreign-owned subsidiary companies. Academy of Management Review, 23(4), 773-795.
Birkinshaw, J., Hood, N., & Jonsson, S. (1998). Building firm‐specific advantages in multinational corporations: the role of subsidiary initiative. Strategic Management Journal, 19(3), 221-242.
Chan, C. M., Makino, S., & Isobe, T. (2010). Does subnational region matter? Foreign affiliate performance in the United States and China. Strategic Management Journal, 31(11), 1226-1243.
Chen, M. J., & Miller, D. (2012). Competitive dynamics: Themes, trends, and a prospective research platform. The Academy of Management Annals, 6(1), 135-210.
Costa, S., Borini, F. M., & Amatucci, M. (2013). Inovação global de subsidiárias estrangeiras localizadas em mercados emergentes. Revista de Administração Contemporânea, 17(4), 459-478.
de Sousa Barbosa, V., & Lemos, J. D. J. S. (2019). Diferencial de capital humano induzem desigualdades nos diferencial de produtividade do trabalho entre os estados brasileiros. Desenvolvimento em Debate, 7 (2), 11-27.
Falaster, C. D., Ferreira, M. P., Serra, F. A. R., & Storopoli, J. (2017). Institutional differences between regions within a country and ownership decisions in cross-border acquisitions. 3ES – Anpad, São Paulo: Anpad, 1-8.
Falaster, C., & Portugal Ferreira, M. (2020). Institutional factors and subnational location choice for multinationals’ R&D subsidiaries. Innovation & Management Review, Vol. ahead-of-print No. ahead-of-print.
Fávero, L. P., & Belfiore, P. (2017). Manual de análise de dados: estatística e modelagem multivariada com Excel®, SPSS® e Stata®. Elsevier Brasil.
Figueiredo, P. N. (2011). The role of dual embeddedness in the innovative performance of MNE subsidiaries: evidence from Brazil. Journal of Management Studies, 48(2), 417-440.
Frost, T. S., Birkinshaw, J. M., & Ensign, P. C. (2002). Centers of excellence in multinational corporations. Strategic Management Journal, 23(11), 997-1018.
Global Innovation Index. (2017). Report. Disponível em: https://www.globalinnovationindex.org/gii-2017-report#. Acesso em agosto, 2017.
Gnyawali, D. R., & Hatfield, D. E. (2007). Foreign subsidiaries’ learning from local environments: An empirical test. Management International Review, 47(1), 79-102.
Goerzen, A., Asmussen, C. G., & Nielsen, B. B. (2013). Global cities and multinational enterprise location strategy. Journal of International Business Studies, 44(5), 427-450.
Hair, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., Anderson, R. E., & Tatham, R. L. (2009). Análise multivariada de dados. Bookman Editora.
Gupta, A. K., & Govindarajan, V. (2001). Global dominance: transforming global presence into global competitive advantage. San Francisco: Jossey-Bass.
Hallin, C., Holm, U., & Sharma, D. D. (2011). Embeddedness of innovation receivers in the multinational corporation: Effects on business performance. International Business Review, 20(3), 362-373.
Holm, U., Holmström, C., & Sharma, D. (2005). Competence development through business relationships or competitive environment?-subsidiary impact on MNE competitive advantage. MIR: Management International Review, 197-218.
Holm, U., Malmberg, A., & Sölvell, Ö. (2003). Subsidiary impact on host-country economies—The case of foreign-owned subsidiaries attracting investment into Sweden. Journal of Economic Geography, 3(4), 389-408.
Hutzschenreuter, T., Matt, T., & Kleindienst, I. (2020). Going subnational: A literature review and research agenda. Journal of World Business, 55(4), 101076.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2018). Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira (Estudos e pesquisas. Informação demográfica e socioeconômica, n. 39). Rio de Janeiro, RJ: Autor. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101629.pdf. Acesso em setembro, 2020.
Isaac, V. R., Borini, F. M., Raziq, M. M., & Benito, G. R. (2019). From local to global innovation: The role of subsidiaries’ external relational embeddedness in an emerging market. International Business Review, 28(4), 638-646.
Khanna, T., & Palepu, K. G. (2011). Winning in emerging markets: Spotting and responding to institutional voids. World Financial Review, (May–June 2011), 18–20.
Kim, J., & Kim, K. (2018). How does local partners network embeddedness affect international joint venture survival in different subnational contexts?. Asia Pacific Journal of Management, 35(4), 1055-1080.
Korez-Vide, R., Voller, P., & Bobek, V. (2014). German and Austrian foreign direct investment in Brazilian regions: which are the location choice factors?. Journal of Management and Strategy, 5(4), 68-81.
Li, D. Y., & Liu, J. (2014). Dynamic capabilities, environmental dynamism, and competitive advantage: Evidence from China. Journal of Business Research, 67(1), 2793-2799.
Li, X., & Sun, L. (2017). How do sub-national institutional constraints impact foreign firm performance?. International Business Review, 26(3), 555-565.
Lu, J. W., Song, Y., & Shan, M. (2018). Social trust in subnational regions and foreign subsidiary performance: Evidence from foreign investments in China. Journal of International Business Studies, 49(6), 761-773.
Lu, W., Saka-Helmhout, A., & Piekkari, R. (2019). Adaptation of compensation practice in China: The role of sub-national institutions. Management and Organization Review, 15(2), 235-267.
Ma, X., Tong, T. W., & Fitza, M. (2013). How much does subnational region matter to foreign subsidiary performance? Evidence from Fortune Global 500 Corporations’ investment in China. Journal of International Business Studies, 44(1), 66-87.
Marôco, J. (2014). Análise Estatística com o SPSS Statistics. ReportNumber, Lda.
McCann, P., & Mudambi, R. (2005). Analytical differences in the economics of geography: the case of the multinational firm. Environment and Planning A, 37(10), 1857-1876.
Meyer, K. E., & Nguyen, H. V. (2005). Foreign investment strategies and sub‐national institutions in emerging markets: Evidence from Vietnam. Journal of Management Studies, 42(1), 63-93.
Meyer, K. E., Li, C., & Schotter, A. P. (2020). Managing the MNE subsidiary: Advancing a multi-level and dynamic research agenda. Journal of International Business Studies, 1-39.
Meyer, K. E., Mudambi, R., & Narula, R. (2011). Multinational enterprises and local contexts: The opportunities and challenges of multiple embeddedness. Journal of Management Studies, 48(2), 235-252.
Nell, P. C., & Andersson, U. (2012). The complexity of the business network context and its effect on subsidiary relational (over-) embeddedness. International Business Review, 21(6), 1087-1098.
Nohria, N., & Ghoshal, S. (1997). The differentiated network: Organizations knowledge flows in multinational corporations. San Francisco: Jossey-Bass.
Organização Internacional do Trabalho. (2018). Futuro do Trabalho no Brasil: Perspectivas e Diálogos Tripartites. Disponível em: https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---americas/---ro-lima/---ilo-brasilia/documents/publication/wcms_626908.pdf. Acesso em fevereiro, 2019.
Oliveira Jr, M. M., Boehe, D. M., & Borini, F. M. (2009). Estratégia e inovação em corporações multinacionais: a transformação das subsidiárias brasileiras. São Paulo: Saraiva.
Peng, G. Z., & Beamish, P. W. (2019). Subnational FDI legitimacy and foreign subsidiary survival. Journal of International Management, 25(3), 100662.
Porter, M. E. (1990). The competitive advantage of nations. Harvard business review, 68(2), 73-93.
Raziq, M. M., Borini, F. M., Perry, M., & Battisti, M. (2013). Subsidiary characteristics and impact on subsidiary strategic and operational autonomy. Journal of Transnational Management, 18(3), 219-241.
Rugman, A. M., & Oh, C. H. (2013). Why the home region matters: location and regional multinationals. British Journal of Management, 24(4), 463-479.
Rugman, A. M., & Verbeke, A. (2001). Subsidiary‐specific advantages in multinational enterprises. Strategic Management Journal, 22(3), 237-250.
Rugman, A. M., Verbeke, A., & Nguyen, Q. T. (2011). Fifty years of international business theory and beyond. Management International Review, 51(6), 755-786.
Santangelo, G. D., Meyer, K. E., & Jindra, B. (2016). MNE subsidiaries’ outsourcing and insourcing of R&D: The role of local institutions. Global Strategy Journal, 6(4), 247-268.
Souza, D. M, Trovão, C. J. B. M, Silva, M. R, & Melo, J. W. F. (2019). Informalidade no Brasil: aspectos socioeconômicos dos trabalhadores informais sob a ótica regional. Interface - Revista do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, 16 (1), 142-165.
Sull, D. N., & Escobari, M. (2005). Success against the odds: what Brazilian champions teach us about thriving in unpredictable markets. Rio de Janeiro and Cambridge, Massachusetts: Editora Campus.
Sull, D. N., & Wang, Y. (2005). Made in China: What Western managers can learn from trailblazing Chinese entrepreneurs. Harvard Business Press.
Sun, P., Qu, Z., & Liao, Z. (2018). How and when do subnational institutions matter for R&D investment? Evidence from the Chinese pharmaceutical sector. IEEE Transactions on Engineering Management, 65(3), 379-391.
Tarraço, E.L., Bernardes, R.C., Borini, F.M., & Rossetto, D.E. (2019). Innovation capabilities for global R&D projects in subsidiaries. European Journal of Innovation Management, 22 (4), 639-659.
World Bank Group Enterprise Surveys. (2009). Enterprise Surveys what businesses experience. Disponível em: https://www.enterprisesurveys.org/data/exploreeconomies/2009/brazil. Acesso em junho, 2017.
World Bank Group Enterprise Surveys. (2009). Ranking of the top business environment obstacle for firms. Disponível em: https://www.enterprisesurveys.org/en/data/exploreeconomies/2009/brazil#2. Acesso em junho, 2017.
World Bank Group Enterprise Surveys. (2017). Indicator Descriptions. Disponível em: https://www.enterprisesurveys.org/data/exploreeconomies/2009/~/media/GIAWB/EnterpriseSurveys/Documents/Misc/Indicator-Descriptions.pdf. Acesso em setembro, 2017.
Yang, J. (2018). Subnational institutions and location choice of emerging market firms. Journal of International Management, 24(4), 317-332.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
- O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do artigo na revista;
O(s) autor(es) garante(m) que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição 3.0 Não Adaptada, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre) em http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html
